terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Fê Lemos




Antônio Felipe Villar de Lemos, o Fê Lemos, nasceu no Rio de Janeiro em 18 de junho de 1962, e aos 10 descobriu seu gosto pela música. Muito fã dos Beatles, aos 13 anos começou a tocar bateria. Aos 14, começou a estudar música na Escola de Música de Brasília, e lá começou a tocar com Péricles Cavalcante.
Fê passou um tempo na Inglaterra, estudando bateria até 1978, quando voltou ao Brasil, conheceu Renato Russo e, juntos, criaram o Aborto Elétrico.
Hoje, sua principal influência é a música eletrônica e acredita que isso reflita no seu som atual. Espera um dia poder dar continuidade aos seus projetos nesse segmento.
Além disso, é pai de dois filhos, Diana e Tomaz, e pratica windsurf, natação e tênis. Trinta anos depois voltou às aulas de música e, atualmente, estuda piano, canto e teoria musical. E bateria, sempre!

Flavio Lemos


Baixista da banda, Flávio Miguel Vilar de Lemos nasceu no dia 29 de outubro de 1963, em Santa Tereza, Rio de Janeiro, e aos 4 anos, foi morar em Brasília com a família. Uma infância perfeita com a Turma da Colina, e desde pequeno a música estava dentro de casa. Sua mãe, Lúcia, sempre teve uma bela voz e o incentivou a aprender piano, já aos 8 anos.
Quando acompanhou os pais em uma temporada de um ano na Inglaterra, Flávio conheceu o punk rock, The Clash, Ramones, Sex Pistols, 999 e tantas outras bandas. Isso foi decisivo para sua formação musical, se tornando sua principal influência.
No Aborto elétrico, Renato Russo e ele formaram uma boa dupla, compondo grandes músicas como ‘Fátima’, ‘Música Urbana’, ‘Veraneio Vascaína’, ‘Verde Amarelo’ e ‘Baader Meinhof Blues’.
Casado, Flávio mora em São Paulo e férias com a família é sagrado. Adora esquiar com os seus  três filhos e está certo de que estar com eles no topo do mundo é um dos grandes momentos da sua vida.

Fabiano Carelli


Fabiano Carelli nasceu em São Paulo, dia 28 de outubro de 1977, e cresceu em um ambiente musical. Foi desta forma que, desde cedo, teve grande interesse por música brasileira, erudita e jazz. Aos 10 anos, descobriu o rock; aos 15 anos, ganhou sua primeira guitarra e teve aulas com Edu Ardanuy e Joe Moghrabi. Em 1997, cursou Bacharelado em Guitarra na Faculdade Santa Marcelina e teve como professor de guitarra Paulo Tiné. Além disso, estudou com Mozart Mello, com quem ficou durante 5 anos, e também com Heraldo do Monte. Em 2003, foi convidado para dar aulas na EM&T - Escola de Música e Tecnologia - IG&T. Desde 2005, toca como músico convidado na banda Capital Inicial e, em 2008, participou da gravação do CD e DVD Capital Inicial - Multishow ao Vivo em Brasília. Atualmente, além de continuar como professor no IG&T, faz workshops e está trabalhando nas gravações de seu primeiro disco solo.

Yves Passarell

Guitarrista da banda, Yves nasceu no dia 8 de fevereiro de 1969, em São Paulo, e começou a tocar incentivado por sua mãe pianista.
Aos 14 anos já tocava em festivais de escola, e ao lado do irmão, Pit Passarell, fundou o Viper, banda de heavy metal que durou até 1999.
Considerado um dos grandes guitarristas de rock do cenário musical brasileiro, Yves, foi convidado no final de 2001 para ser o novo guitarrista do Capital, e desde então já gravou cinco álbuns: Rosas e Vinho Tinto, Gigante, Aborto Elétrico, Eu Nunca Disse Adeus e Das Kapital.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Dinho Ouro Preto


Olá, eu sou Dinho Ouro Preto e meu nome “de verdade” é Fernando, mas desde que me conheço por gente sou chamado de Dinho. Nasci em Curitiba no dia 27 de Abril de 1964 (arrghh, eu odeio essa data, acho que na real não gosto de ficar mais velho…) e sou o vocalista do Capital.

O rock entrou na minha vida quando eu tinha uns 12 anos. Andando pelas ruas da SQS 104 (isso é um endereço em Brasília!) eu conheci o Bi e o Herbert. Os Paralamas ainda não existiam, mas eles já eram amigos. Os dois eram um pouco mais velhos do que eu e meus melhores amigos eram o Pedro, irmão do Bi, e o Dado Villalobos.

Sendo mais velhos, o Bi e o Herbert , ficavam mostrando pra gente o som que eles gostavam. Basicamente Led Zeppelin e Jimi Hendrix. Aliás, o primeiro disco que comprei na minha vida foi um ao vivo do Hendrix tocando Sunshine of your love. Aos poucos fui descobrindo outras bandas bacanas, AC/DC, Queen, Thin Lizzy, Black Sabbath, Aerosmith e um milhões de outras. Aos treze anos o rock já era a coisa mais importante da minha vida. As paredes do meu quarto eram cobertas de fotos e posters dos meus heróis. Eu ia ver qualquer coisa que tivesse a ver com guitarra, baixo e bateria. Várias vezes íamos a shows só pra ver uma guitarra ou um baixo.

Eu lembro, por exemplo, a primeira vez que vi uma guitarra Gibson….foi uma experiência transformadora. Também lembro do dia em que o Herbert ganhou a primeira Gibson dele; nem era um dos modelos mais conhecidos – acho que era uma L6S -, mas, mesmo assim, nos reunimos em volta dela como se fosse a coisa mais preciosa que havíamos visto até então.
Logo depois minha família resolveu morar uns anos fora do Brasil. Fui parar em Genebra e ali eu pude pela primeira vez ver shows. Vi Peter Gabriel, Rory Gallagher, Status Quo e mais um monte de outras bandas.

Genebra é uma cidade pequena e pra ver shows de bandas maiores a gente tinha que ir pra outras cidades. O problema era convencer meus pais a nos deixar viajar sozinhos pra assistir um show. Aliás era inútil, pois eles nunca deixavam. A solução que eu e meu irmão encontramos foi simplesmente fugir e tentar voltar antes que eles percebessem. Por incrível que pareça, dava certo.

Uma vez escapamos depois deles dormirem e fomos até Zurique de trem ver o Rush. Chegando lá descobrimos que o show tinha sido cancelado. A história que contaram pra dois moleques brasileiros não nos convenceu: Disseram que o guitarrista tinha quebrado a mão. Tá bom, conta outra… a gente achou que era frescura de rock star, não que não continuássemos a amar o Rush, mas ouvíamos as histórias dos excessos desses caras. O gozado é que, vinte anos depois, eu vou até Boston entrevistar o trio antes da vinda deles ao Brasil. Fico lá duas horas conversando com eles, e, no final, tomo coragem e conta a história pra eles e pergunto se era verdade. Depois de passar o espanto, disseram que sim, que o Alex Lifeson tinha quebrado o dedo numa porta. Sem pensar duas vezes e com a maior cara de pau pedi meu dinheiro de volta. Eu tava de sacanagem, mas eles chegaram a levantar e procurar dinheiro no bolso.

Alguns anos mais tarde, volto à terrinha. Logo chegando vou procurar meus velhos amigos. Lá estavam todos, e, assim como pra mim, o rock já era o centro da vida deles também. O Bi e o Herbert já tinham oficialmente começado os Paralamas. Algumas das primeiras canções chegaram a ser gravadas anos mais tarde como ‘Vovó Ondina é Gente Fina’.

Foi então que aconteceu algo que deu um novo e inesperado rumo às nossas vidas.
Um dia à tarde nos demos de cara com o Aborto Elétrico tocando na rua. O visual deles era demais: cabelos descoloridos, alfinetes e calças rasgadas mas, ao menos eu, achei o som horrível. Eu vinha da escola de Hard Rock ou Metal e não conseguia entender Punk Rock. Aliás acho que de toda a turma, eu fui o último a ser convencido que era bacana.

Uma vez, no Rio, numa loja de discos (fazíamos longas viagens pelo país nas férias, várias vezes pedindo carona na estrada) eu e o Fê ficamos discutindo durante horas sobre qual disco era melhor: Back in Black (AC DC) ou o End of The Century (Ramones). Até hoje não chegamos a um acordo. Ironicamente foram os Ramones que abriram as portas do “novo som” pra mim.

À partir dali tudo mudou e ficou mais sério. Quer dizer, adorávamos fazer zona pela cidade, mas todo mundo levou a sério a frase punk “faça vc mesmo”. Todos queriam tocar. Comecei então a prestar mais atenção no que o Renato escrevia. Na medida que ia conhecendo melhor fui me dando conta da importância, ao menos pra mim, do que eu tava testemunhando. O Renato era um sujeito à parte, uma espécie de guru, o líder da turma. Mas essa é outra história a ser contada em detalhes mais tarde.

Eu e o Dado queríamos tocar de qualquer jeito, mesmo sem jamais termos posto a mão num instrumento. E então eis que surge o ‘Dado e o Reino Animal’ (esse nome lindo saiu da cabeça do Herbert). Eu “tocava” baixo, o Dado guitarra, o Loro outra guitarra, o Bonfá bateria e um cara chamado Pedro tocava teclado. Pra resumir fizemos só um show, no qual o cabo do meu baixo se soltou e eu não percebi de tão bêbado que eu tava. Enfim, o show foi um desastre.

Também resumindo uma longa história por volta da mesma época, acaba o Aborto Elétrico. O Renato monta a Legião com o Dado e o Bonfá. O Fê, Loro e Flávio montam o Capital. No começo chamaram uma menina, que não era da turma, chamada Heloísa pra cantar. Não dura muito… como eu disse, ela não era da turma. Delito grave. Então eis que surge a oportunidade da minha vida: o Capital estava fazendo um teste pra encontar um novo vocalista.

E lá vamos nós, eu e a Helena nos submeter ao julgamento do irmãos Lemos e o Loro. Eu, na minha ingenuidade, achei que fosse ter fila na porta, mas na real só apareceu nós dois. Eu nunca tinha segurado um microfone na vida, quanto mais cantado, mas ninguém parecia achar que isso era um problema. A música a ser cantada era Psicopata (a única música gravada do Capital antes da minha entrada) e a Helena deve ter feito uma interpretação horrível, porque eu acabei sendo escolhido.

E pronto, desse dia em diante minha vida nunca mais foi a mesma. Um mês depois dei meu primeiro show e dois meses depois tocamos pela primeira vez fora de Brasília.
Desses shows em diante não paramos mais até nos separamos em 93. Nos reunimos em 98 e mais de mil shows depois continuamos aqui.

Essa é, logicamente, uma versão muito resumida. Um dia conto tudo pra vcs!

Discografia

Capital Inicial - 1986
1. "Música Urbana" 3:30
2. "No Cinema" 2:56
3. "Psicopata" 2:49
4. "Tudo Mal" 3:12
5. "Sob Controle" 3:31
6. "Veraneio Vascaína" 2:15
7. "Gritos" 3:27
8. "Leve Desespero" 3:53
9. "Linhas Cruzadas" 3:36
10. "Cavalheiros" 3:25
11. "Fátima" 3:49

Independência - 1987
1. "Independência"
2. "Autoridades"
3. "Palavras ao Vento"
4. "Por Que Nós Ficamos Juntos"
5. "Arrepio"
6. "Espelho no Elevador"
7. "Fantasmas"
8. "Descendo o Rio Nilo"
9. "Prova"
10. "Vem Bater no Meu Tambor (Rotina Positiva)"


Você Não Precisa Entender - 1988
1. "A Portas Fechadas"
2. "Blecaute"
3. "Movimento"
4. "Pedra Na Mão"
5. "Ficção Científica"
6. "Limite"
7. "Rita"
8. "Fogo"
9. "O Céu"

Todos os Lados - 1989
1. "Mambo Club"
2. "Mickey Mouse em Moscou"
3. "Vênus em Pedaços"
4. "Olhos Abertos"
5. "Belos e Malditos"
6. "Todos os Lados"
7. "Sem Direção"
8. "Abismo"
9. "Onde Começa Você"
10. "Pássaros de Guerra"
11. "2001"

Eletricidade - 1991
1. "21"
2. "O Passageiro" - (The Passenger) (Iggy Pop, Ricky Gardiner; versão: Barretti, Dinho Ouro Preto)3. "Eletricidade"
4. "Noite e Dia"
5. "Kamikaze"
6. "Nosso Fim"
7. "O Profeta"
8. "Cai a Noite"
9. "Chuva"
10. "Todas as Noites"
11. "Dance Animal Dance"
12. "Terra Prometida"
13. "Chamando Todos os Carros"
14. "Aua Aua"

Rua 47 - 1995
Rua 47 é o sexto álbum de estúdio do Capital Inicial. É o primeiro álbum sem o vocalista Dinho Ouro Preto, que após a saída em 1993 é substituído por Murilo Lima.
1. "Rua 47"
2. "A Lei da Metralhadora"
3. "Pique-esconde"
4. "Desdêmona"
5. "Mil Vezes"
6. "A Saga do Homo Babaca"
7. "Soltem os Leões"
8. "Separação"
9. "Projetos Engavetados"
10. "Danação"
11. "Pele Vermelha"

Ao Vivo - 1996
Ainda sem Dinho Ouro Preto nos vocais, este é o primeiro albúm ao vivo do Capital Inicial.
1. "Fátima"
2. "O Passageiro"
3. "Mickey Mouse em Moscou"
4. "Podres Poderes"
5. "Fogo"
6. "Belos e Malditos"
7. "Autoridades"
8. "Projetos Engavetados"
9. "Todas as Noites"
10. "Música Urbana"
11. "Jiboia's Bar"
12. "Kamikaze"
13. "Leve Desespero"
14. "Independência"
15. "Veraneio Vascaína"
16. "Será que é Amor"
17. "A Manhã"

Atrás dos Olhos - 1998
Atrás dos Olhos é marcado como a volta de Dinho Ouro Preto aos vocais da banda.
1. "1999"
2. "O Mundo"
3. "Estranha E Linda"
4. "Atrás Dos Olhos"
5. "Terceiro Mundo Digital"
6. "Eu Vou Estar"
7. "Assim Assado"
8. "Hotel Jean Genet"
9. "Paz No Matadouro"
10. "Religião"
11. "Amiga Triste"
12. "Giulia"

Acústico MTV - 2000
1. O Passageiro (The Passenger)
2. O Mundo
3. Todas as Noites
4. Tudo Que Vai
5. Independência
6. Leve Desespero
7. Eu Vou Estar
8. Primeiros Erros
9. Cai a Noite
10. Natasha
11. Fogo
12. Fátima
13. Veraneio Vascaína
14. Música Urbana


Rosas e Vinho Tinto - 2002
Rosas e Vinho Tinto é o primeiro albúm depois da saída de Loro Jones (guitarrista) e da entrada de Yves Passarell.
1. "220 Volts"
2. "À Sua Maneira"
3. "Como Devia Estar"
4. "Inocente"
5. "Enquanto eu Falo"
6. "Algum Dia"
7. "Quatro Vezes Você"
8. "Pra Ninguém"
9. "Olhos Vermelhos"
10. "Mais"
11. "Incondicionalmente"
12. "Falar de Amor não é Amar"
13. "Rosas e Vinho Tinto"
14. "Isabel"

Gigante! - 2004
1."Instinto Selvagem"
2."Respirar Você"
3.Sem Cansar ("C’est Comme Ça")" (Versão: Dinho Ouro Preto / Alvin L.) Catherine Ringer / Frederic Chichin 4."Seus Olhos"
5.Não Olhe Pra Trás"
6."Sexo & Drogas"
7."Perguntas Sem Respostas"
8."Insônia"
9."Maria Antonieta"
10."Vendetta"
11."Sorte"
12."Gratidão"


 
MTV Especial: Aborto Elétrico - 2005
MTV Especial: Aborto Elétrico é o álbum que relembra os grandes sucessos da época da banda Aborto Elétrico.
1. "Tédio"
2. "Love Song One"
3. "Fátima"
4. "Helicópteros no Céu"
5. "Química"
6. "Ficção Científica"
7. "Conexão Amazônica"
8. "Submissa"
9. "Geração Coca-Cola"
10. "Baader-meinhof Blues Nº1"
11. "Heroína"
12. "Despertar Dos Mortos"
13. "Veraneio Vascaína"
14. "Construção Civil"
15. "Benzina"
16. "Música Urbana"
17. "Que País É Este"
18. "Anúncio de Refrigerante"

Eu Nunca Disse Adeus - 2007
1. "A Vida É Minha
2. "Eu Nunca Disse Adeus"
3. "Aqui"
4. "Eu E Minha Estupidez"
5. "Diferentes"
6. "O Imperador"
7. "Altos E Baixos"
8. "18"
9. "Dormir"
10. "Boa Companhia"
11. "Má Companhia"
12. "Eu Adoro Minha Televisão"
13. "Um Homem Só"
Capital Inicial - Ao Vivo em Brasília - Multishow
1. Mais
2. O Mundo
3. Independência
4. Como Devia Estar
5. Passos Falsos
6. Eu Nunca Disse Adeus
7. Não Olhe para Trás
8. Olhos Vermelhos
9. Primeiros Erros
10. Algum Dia
11. Dançando com a Lua
12. Natasha
13. Que Pais é Esse?
14. Mulher de Fases
15. Quatro Vezes Você
16. Sua Maneira
17. Fogo

Das Kapital - 2010
1. Ressurreição 2. Depois da Meia 3. Como se Sente 4. Eu Quero Ser Como Você 5. A Menina que Não Tem Nada 6. Não Sei Porquê 7. Melhor 8. Vamos Comemorar 9. Eu Sei Quem Eu Sou 10. Marte em Capricórnio 11. Vivendo e Aprendendo

(Por:Gabriel dos Santos Costa)

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Fã Clube do Capital Inicial de Brasília em Parceria com a Cruz Vermelha Brasileira – Brasília !

Fã Clube do Capital Inicial de Brasília Solidário inicia campanha de auxílio aos desabrigados da Região Serrana do RJ!


O FC de Brasília inicia nesta semana uma campanha de auxílio às vitimas dos desastres naturais ocorridos na Região Serrana do Rio de Janeiro.  No espírito de solidariedade, o Fã Clube inicia essa corrente consciente. O objetivo é arrecadar junto com a nação capitaliana e a comunidade itens prioritários para envio ao Rio de Janeiro, são eles:
·         Água;
·         Alimentos não perecíveis;
·         Itens de higiene pessoal;
·         Material de limpeza;
Para os voluntários interessados em ajudar nos locais dos incidentes, favor enviar currículo para o endereço: currículo@cvbb.org.br com o assunto VOLUNTARIO EQUIPE RJ. Deverão estar com as VACINAS EM DIA !

AJUDE A CRUZ VERMELHA BRASILEIRA DE BRASÍLIA !!!

FAÇA SUA DOAÇÃO EM DINHEIRO:
Banco do Brasil – 001
Agência: 3475-4
Conta: 19064-0
Nome: C Vermelha Bras Brasilia

FAÇA SUA DOAÇÃO NA SEDE:
SCLRN 715, BLOCO “C” , LOJA 25
ASA NORTE - BRASÍLIA

Criador da Postagem: Gabriel dos Santos Costa
Direção do Fã Clube:
Presidente: Karoline Silva Oliviera
Vice-Presidente: Gabriel dos Santos Costa
Diretora Geral: Ariane Silva Oliveira


domingo, 16 de janeiro de 2011

Livro do Dinho – Capítulo 1

Capítulo 1


Olá Nação Capitaliana,
Vamos publicar aqui com exclusividade páginas históricas de um livro que ficará em nossa memória. Palavras que combinadas, terão o poder de revelar momentos marcantes da vida de Dinho Ouro Preto e do Capital Inicial. Por isso inauguramos uma nova categoria no site, chamada “Post do Dinho”. Vocês têm noção da importância do que vem a seguir? Quantos vocalistas vocês conhecem que investiriam um número de horas incalculável para resgatar informações que fazem parte da nossa história?
Sim, amigos Capitalianos, nossa história! Porque eu me sinto parte da história do Capital, eu vivo Capital Inicial, e se você está comigo, vamos prestigiar com todas as nossas forças o carinho dessa pessoa incrível chamada Dinho Ouro Preto!
Com vocês, Post do Dinho:
Capítulo 1
Crescer é difícil. Agora, crescer numa cidade do interior, é um suplício. Brasília, mesmo sendo a capital do Brasil, nos anos oitenta era uma cidade no meio no nada, longe de tudo. Mas, com criatividade, era possível viver num mundo imaginário…
Dito isso, do outro lado do lago, a cidade parecia cintilante. Podíamos estar em qualquer lugar do mundo. Tínhamos a sensação de que éramos incrivelmente cosmopolitas. Nossos poucos prédios, ao menos de longe, nos davam a impressão de que estávamos em Londres ou Nova Iorque, os lugares que então nos pareciam os mais fascinantes da Terra. A imensa quantidade de álcool na nossa corrente sanguínea ajudava a criar a efêmera ilusão. Na verdade a única coisa que era permanente era a vontade de não estar ali. Tenho a impressão que não importava onde estivéssemos íamos querer estar em outro lugar. A insatisfação e o desconforto estava dentro de nós, e nos acompanharia onde quer que estivéssemos. Mas minha intenção não é fazer análises existenciais, nem cobrir o meu relato de cinza para fazê-lo parecer mais profundo. Mas o fato é que embora nos divertíssemos muito, seguíamos cegamente as novidades e tendências que chegavam do exterior e, naquele momento, a tristeza e melancolia das primeiras bandas góticas estava em alta. Em poucas palavras, fazíamos pose. Na verdade éramos, isso sim, incrivelmente pretensiosos.
Mas, voltando ao lago, ele refletia as luzes dos ministérios e criava na água um efeito de caleidoscópio que amplificava mil vezes o efeito de toda a farmácia que corria nas nossas veias.
Orgulhosos por nos acharmos diferentes do resto da nossa geração, era cômico a confrontação com os fatos. Ali estávamos completamente bêbados, de frente para um poluído, feio e lamacento lago, achando que éramos o farol do país. Depois de nossa passagem nada seria igual. Os revolucionários do planalto.
Éramos naquela época não mais do que meia dúzia de gatos pingados. Eu era um recém chegado na tribo, convertido a pouco, e como bom cristão novo, um dos mais fervorosos apóstolos. Nossa missão era a de propagar a nova ordem. Se fossemos um pouco menos arrogantes e um pouco mais cultos saberíamos que não estávamos dizendo nada de novo, mas a adolescência tem muito pouco a ver com bom senso.
O lago era um dos preferidos locais de encontro por ser longe o suficiente para não sermos incomodados por gente de fora ou pela polícia. Nesses encontros um dos assuntos prediletos era relembrar as nossas aventuras. Apesar de naquela época nossa amizade ser muito recente, agíamos como velhos conhecidos contando historias de guerra. Suponho que também servia para impressionar os recém chegados. Isso os colocava no seu devido lugar: o fim da fila. A hierarquia era determinada pela ordem de chegada. Pôr essa raciocínio, o líder supremo, o messias, era o Renato. Um pouco mais velho do resto de nós, sua sabedoria parecia não conhecer limites. O segundo no comando era o Fê. Juntos eles tinham estabelecido o marco do que viria a ser lembrado como o ponto de partida da nova era. O Aborto Elétrico.
A historia se repete como farsa, e a nossa lembra sobretudo a de Dom Quixote. Nós, contra nossos inimigos imaginários, que eram virtualmente tudo e todos. Como bons fundamentalistas ninguém estaria a salvo da nossa ira revolucionária. Paredão para todos.
Naquela noite era minha vez de lembrar …
A minha entrada para a tribo se deu inesperadamente, como na maioria das revelações divinas. Brasília, para quem não a conheceu naquela época, bem que poderia ter se candidatado ao titulo de cidade mais modorrenta do planeta. Eu acredito que tudo que aconteceu, foi na verdade, motivado pôr não ter mais o que fazer e não por idealismo.
OK, preciso me concentrar na história. Então, como eu dizia, era minha vez de lembrar e, sou obrigado a dar o braço a torcer, a cidade não tinha só defeitos. Haviam virtudes, como, por exemplo, os parques. Nada melhor para longos passeios pra fumar maconha ou caminhadas de volta pra casa depois da aula.
E foi voltando da escola que tudo começou. Não me lembro precisamente do dia, nem da época do ano, mas não esqueço da sensação que tive ao me deparar com uma cena que viria a mudar o rumo da minha vida. Como que atropelado por um caminhão, fui jogado para o alto, e, décadas mais tarde, ainda não aterrisei.
A cena em questão passava-se diante de uma das maiores lanchonetes da cidade conhecida por intoxicar seus clientes. Volta e meia mudavam-lhe o nome na esperança de confundir a freguesia. Apesar de potencialmente perigoso, o estabelecimento era ponto de encontro da juventude candanga. Talvez a comida estragada produzisse algum efeito alucinógeno que justificasse, isso sim, a popularidade do ponto.
Na calçada entre as mesas, lá estava, tão fora de lugar quanto uma sambista seminua num convento, uma maltrapilha banda de rock. Dizer que eles eram ruins seria uma bondade. O transtorno que elas causavam era claro, absolutamente ninguém estava achando a menor graça naquilo. Mas era impossível olhar pro lado e ignorar a cacofonia… Todos os instrumentos e a voz estavam ligados no mesmo amplificador e produziam uma distorção que não parava sequer entre as músicas. Até Sid Vicious ficaria encabulado.
Como não dava pra fingir que aquilo não estava acontecendo, cheguei mais perto. A banda em questão era formada por três garotos, que apesar de muito jovens eram um pouco mais velhos que eu. Em volta deles havia um pequeno grupo que parecia fazer parte do mesmo clã. Era fácil reconhecê-los: cabelos espetados e coloridos, roupas que estavam mais pra pano de chão, e uma quantidade tão grande de alfinetes que provavelmente nenhum deles passaria num detector de metais. A banda, seu equipamento e seu público caberiam todos juntos numa kombi. Mas, apesar de serem pouquíssimos causavam uma comoção e tanto.
De vez em quando, o vento soprava a favor e era possível entender uma ou outra palavra do que era cantado. Não tive certeza, mas achei que era alguma coisa sobre coca-cola. A melhor coisa das músicas era o fato de serem curtíssimas. Não passavam de alguns minutos. Lá pelas tantas a banda parou, e começou a passar os instrumentos para o pequeno séquito a sua frente. Na verdade o público era a banda seguinte. Os próximos eram ainda mais contundentes. Esses eram um quarteto, mas fora isso eram muito parecidos com a anterior, tanto no quesito talento quanto indumentária. Mas havia uma diferença substancial: uma menina cantava, ou talvez melhor dizer, urrava. Era uma histérica com uma voz tão aguda que provavelmente parte do seu encanto só poderia ser ouvido por cães.
De um modo geral, para um desavisado que desse de cara com essa cena, só duas coisas eram claras no meio do caos: Primeiro, que a música era só um detalhe, o importante era a atitude, abertamente desafiadora. E segundo, eles com certeza estavam se divertindo horrores as custas dos seus pobres espectadores.
Para alguém como eu, que se angustiava com a possibilidade de passar o resto da vida numa cidade que faria o Vaticano parecer um lugar divertidíssimo, aquilo parecia ser a resposta as minhas preces. Definitivamente, Deus tinha senso de humor.
A próxima e consideravelmente mais complicada tarefa era como me enturmar com aquela gente. Eles não pareciam ter muitos amigos, e se eu chegasse e dissesse algo como “oi, o som de vocês é péssimo, mas vocês parecem ser bacanas” Sabe-se lá qual seria a reação deles. Talvez fossem violentos. Talvez me amarrassem e me obrigassem a ouvir sua música… Enfim, tomado pelo bom senso e o instinto de sobrevivência, fui pra casa.